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Córrego de São Sebastião do Paraíso é o mais poluído de MG, revela Igam – G1

07/01/2013 13h08 – Atualizado em 07/01/2013 20h19
Do G1 Sul de Minas
Um relatório divulgado pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) revelou que o Córrego Liso, em São Sebastião do Paraíso (MG), é o mais poluído do Estado de Minas Gerais. O estudo é do primeiro semestre de 2012 e avaliou a qualidade de 80 rios e córregos no Estado.
No levantamento do Igam foram feitos alguns testes no Córrego Liso. Em um deles, foram coletadas cinco amostras para detectar coliformes fecais, ou seja, a presença de fezes humanas, e em quatro delas o número encontrado foi maior do que o permitido pelo Conselho Nacional das Águas.
Além disso, as amostras comprovaram outras irregularidades, como presença elevada de manganês e fósforo. Com isso, o afluente do Rio Grande foi considerado o pior de todo o Estado. O relatório indica dois problemas principais para este resultado: primeiro, o esgoto do município, que não é tratado e é despejado no córrego. Segundo, os dejetos que vêm dos curtumes da cidade e que também acabam no rio.
A prefeitura afirma que o problema já começou a ser resolvido através de um contrato com a Copasa, empresa responsável pelo abastecimento de água no município. O gerente da Copasa disse também que já se reuniu com representantes dos curtumes. A empresa espera uma parceria com as indústrias no tratamento dos resíduos.
Em São Sebastião do Paraíso não há uma associação que represente os curtumes. O proprietário de um dos quatro curtumes na cidade afirmou que a poluição no rio é causada pelo esgoto jogado na água. Segundo ele, muitos curtumes já possuem equipamentos que tratam a água antes de devolvê-la ao rio, por isso a contaminação causada por eles seria muito pequena.
Um outro problema que os moradores da cidade enfrentam é o pagamento de uma taxa cobrada pela Copasa para tratamento do esgoto, porém esse serviço não é prestado em São Sebastião do Paraíso.  Por causa disso, a Defensoria Pública entrou com uma ação civil contestando a cobrança, alegando que ela seria ilegal.
Segundo a defensoria, o contrato entre a prefeitura e a Copasa foi firmado em 2010 e previa a implantação e operação do sistema de captação, adução e tratamento de água bruta, tratada, além do tratamento e disposição final de esgotos sanitários.
A Copasa, responsável pela cobrança da taxa, contradiz o Ministério Público e garante que está agindo conforme a lei. Segundo Bruno Aguiar Carrara de Melo, coordenador técnico de regulação e fiscalização econômica e financeira da agência, nos casos em que a estação ainda não está pronta, como em São Sebastião do Paraíso, o valor da taxa de esgoto é de 50%, como é o caso, e corresponde aos trabalhos somente de coleta do esgoto. Caso a estação estivesse pronta, a cobrança seria de 90%.
De acordo com o novo secretário de meio ambiente de São Sebastião do Paraíso, Eduardo José Scarano Guidi, o convênio para construção da estação de tratamento de esgoto da Copasa irá continuar nesta nova administração. Além disso, segundo o secretário, foi pedido ao governo do estado uma fiscalização nas empresas do município para verificar o lançamento de resíduos nos rios. E um projeto do Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Rio Grande, em parceria com uma faculdade de Passos (MG), irá recuperar matas ciliares no entorno do Rio São João e no Córrego Liso. Com isso, eles acreditam que irão resolver boa parte do problema.
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Ação aconteceu nesta segunda-feira (14) em São Sebastião do Paraíso. Vítimas estavam em uma moto e tentaram fugir; uma ficou em estado grave.

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