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'Vidas Áridas' faz diagnóstico da seca em municípios do Norte de Minas – G1

01/10/2013 07h44 – Atualizado em 01/10/2013 09h49
Adriana LisboaDo G1 Grande Minas
O Vidas Áridas, projeto lançado em 2012, volta às estradas do sertão do Norte de Minas para documentar e propor alternativas para a realidade da seca que castiga a região há 40 anos.  Um ano depois de lançado, e depois se ser tema de audiências públicas em Belo Horizonte e Brasília (DF), o “Vidas Áridas na Estrada” se une a parceiros técnicos, através de representantes da Copasa, Emater, Instituto de Florestas, Codevasf e Amams, para gerar um diagnóstico dos efeitos e danos da forte estiagem que atinge a região, e passar as demandas às autoridades.
Nesta primeira etapa do segundo ano do projeto, o Vidas Áridas na Estrada visita seis municípios do Norte de Minas Gerais.  A expedição saiu de Montes Claros (MG) nesta segunda-feira (30), e a primeira parada foi em Porteirinha, um dos municípios que mais tem sofrido com a seca. Em seguida a caravana segue para Pai Pedro, Catuti, Mathias Cardoso, Monte Azul, Taiobeiras e Rubelita, no Vale do Jequitinhonha.
Já nos primeiros quilômetros próximos à cidade de Porteirinha, a vegetação típica de semi-árido nordestino fica evidente. A mata seca ao longo da rodovia não esconde a escassez de chuvas e o crescente processo de desertificação.
José Maria Neto arrisca a vida na rodovia movimentada em busca de alimento para os animais. Duas vezes por semana, o lavrador corta o capim seco à beira da estrada para alimentar dois cavalos. Segundo ele, os animais estão fracos e não lhe resta alternativa para tentar salvar a produção, exceto aquele capim seco. “Nunca vi nada igual em 30 anos, a chuva não cai aqui. Só Deus mesmo”, diz José Maria Neto.
No vilarejo de Muganga, também em Porteirinha, centenas de famílias dependem de caminhhões-pipa para sobreviver. De acordo com o prefeito de Porteirinha Silvanei Batista Santos, a situação dessa comunidade representa a realidade das famílias da região.
Silvanei afirma que 52% dos moradores vive da zona rural, e, historicamente, o abastecimento com caminhões era suficiente, mas há dois anos a quantidade da caminhões-pipa passou de seis para 16, e ainda não é suficiente, depois que o rio Serra Branca secou.
Milton José dos Reis mora em Muganga com a família e comemora a chegada do caminhão da prefeitura. O lavrador e a família dependem desse abastecimento para sobreviver. “Tenho 58 anos e é a primeira vez que vejo esse rio seco. Temos cisterna, temos tanque, mas não temos chuva. Nunca vi essa situação. Sem o caminhhão-pipa não sei o que seria”, diz.
Barragem de Serranópolis
Segundo moradores das comunidades de Serra Branca e Muganga, este é o primeiro ano que o rio secou. Os moradores dizem ainda que não chove na região desde novembro de 2012, e somente a revitalização da barragem de Serranópolis, que passa por um processo de assoreamento, é capaz de reverter o quadro de desertificação do local.
O superintendente da Copasa, Soter Mágno, lembra que todos os caminhões-pipa que abastecem a região saem da barragem de Serranópolis, que está sem proteção e sem mata ciliar. “É preciso disseminar no Norte de Minas a cultura de barramentos, para que a gente possa segurar um pouco do que cai ao longo do ano e minimizar os efeitos do longo período de estiagem”, diz. Soter Magno afirma ainda que em resposta à demanda do Vidas Áridas, a Copasa deve em breve assumir a responsabilidade pela barragem de Serranópolis.
Vidas Áridas e a comunidade
Nesta nova etapa do projeto, o Vidas Áridas na Estrada tem como objetivo também envolver a comunidade na discussão, e, durante a visita à cidade de Porteirinha, a caravana uniu moradores e estudantes para debater e fazer uma reflexão sobre o problema da seca.

Para Délio Pinheiro, um dos idealizadores do projeto, a discussão traz conscientização para a população, além de ser uma oportunidade de todos ficarem sabendo o que está acontecendo em outras comunidades.

“’Queremos uma perspectiva atual, e, conversando com a comunidade, vamos fazer um diagnóstico, e em seguida vamos elaborar um documento e fazer com que chegue até às autoridades, com todas as demandas e anseios dessa região.”
 
Vítima foi atingida por três tiros e morreu no local. Até o momento ninguém foi preso.
Fuga ocorreu neste sábado (07); um detento foi capturado. Eles ameaçaram um agente penitenciário com uma barra de ferro.
Suspeito foi preso e confessou o crime. PM registrou homicídios também em Montes Claros e Porteirinha.
Inspeção será realizada entre os dias 28 de setembro a 02 de outubro. Objetivo é verificar se serviços são feitos por profissionais habilitados.

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