15/12/2016 15h50 – Atualizado em 15/12/2016 15h57
Do G1 MT
O aluno do Corpo de Bombeiros, Rodrigo Claro, de 21 anos, que morreu no dia 15 de novembro após participar de uma aula prática em uma lagoa em Cuiabá, foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). É o que concluiu um laudo do Instituto Médico Legal (IML), explicado pelo secretário de Segurança Pública, Rogers Jarbas.
Rodrigo morreu depois de passar mal em uma aula prática na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, e ficar internado por cinco dias em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A família do aluno alega que houve tortura e omissão de socorro por parte do Corpo de Bombeiros. Eles também declararam que Rodrigo revelou ter medo de participar das atividades por ser perseguido pela tenente.
O laudo, segundo os médicos legistas, apontou como causa da morte um AVC. “No entanto, não imputou esse AVC a uma doença preexistente. O laudo nega uma doença e também não foi capaz de identificar como causa desse AVC qualquer conduta externa”, explicou Jarbas.
O caso é investigado por meio de um inquérito policial militar no Corpo de Bombeiros e também em outro inquérito pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As duas autoridades vão receber cópias do laudo.
Apesar de afirmar que o aluno morreu vítima de AVC, conforme o secretário, o laudo é inconclusivo quanto a causa da doença. Para o médico neurologista Wladimir Malheiros, mortes de jovens por AVC são consideradas raras, mas possíveis.
“O AVC é uma interrupção abrupta do fluxo sanguíneo em uma região do cérebro. Ela pode ser causada por uma obstrução de uma artéria ou de um vaso. Essa obstrução pode ser causada por um sangue coagulado, gases, gordura ou falta de oxigenação ou pressão”, declarou Malheiros. Para o médico, a falta de fornecimento de sangue em decorrência de um afogamento pode acontecer.
O inquérito apurado pelo Corpo de Bombeiros deve ser concluído até o final deste mês. Já a investigação pela DHPP deve ser concluída até janeiro de 2017.
O caso
Aproximadamente 30 alunos participavam do curso e eram supervisionados por cinco coordenadores, entre eles a tenente e um coronel. Todos que estavam no local serão ouvidos, segundo a Polícia Civil. A tenente, responsável peals atividades, já foi afastada do cargo que ocupa.
Rodrigo queixou-se de dor de cabeça durante a realização das aulas. O aluno realizava uma travessia a nado na lagoa e quando chegou à margem informou o instrutor que não conseguiria terminar a aula.
Em seguida, segundo os bombeiros, ele foi liberado e retornou ao batalhão e se apresentou à coordenação do curso para relatar o problema de saúde. O jovem foi encaminhado a uma unidade de saúde e sofreu convulsões.