Edição do dia 08/07/2011
08/07/2011 07h46 – Atualizado em 08/07/2011 08h24
A polícia de Minas Gerais investiga a morte de uma mulher que se submeteu a uma cirurgia plástica em Belo Horizonte. A prefeitura informou que a clínica não tem alvará de funcionamento.
Na clínica, na Zona Sul de Belo Horizonte, ninguém fala. Na última quarta-feira (6), Kátia de Oliveira, de 38 anos, foi submetida a uma cirurgia plástica. As mudanças na barriga e nos seios eram desejo antigo.
“Ela estava bem, animada, contente, alegre com tudo e falando para tudo e todos que queria fazer a cirurgia para ficar bonita”, conta Fernando Maciel Dias, irmão de Kátia.
A família diz que visitou a funcionária pública após a cirurgia. “Ela estava ótima, tranquila no quarto, uma beleza. Conversou com todo mundo”, lembra o irmão de Kátia.
Segundo a família, Kátia de Oliveira chegou a receber alta, mas quando vieram buscá-la, os parentes teriam sido impedidos de entrar na clínica. Duas ambulâncias do Samu teriam sido chamadas. Logo depois, veio a notícia da morte.
“Na hora em que eu cheguei, o médico abre a sala de cirurgia chorando e pedindo: ‘Pelo amor de Deus, eu não pude fazer nada’”, contou Diego Costa, genro de Kátia.
Um ferimento na cabeça de Kátia deixou a família ainda mais desconfiada. “O médico e a enfermeira falaram que ela foi ao banheiro e caiu no banheiro. Agora a pergunta é: ela vai ao banheiro sozinha depois de oito horas de cirurgia?”, indagou o genro de Kátia.
A clínica, de acordo com a prefeitura de Belo Horizonte, não tem alvará sanitário. Sem ele, não poderia nem mesmo comprar medicamentos, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Sebastião Nelson Guerra alerta que, no país que ocupa o segundo lugar no mundo na realização de cirurgias plásticas, é preciso escolher bem.
“Procure um cirurgião que teve uma formação. Naturalmente, o bom profissional não vai operar em qualquer local. Ele vai procurar uma clínica ou hospital que tenha as condições mínimas exigidas para um procedimento cirúrgico”, orienta Sebastião Nelson Guerra, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Nestes casos, é investigada a relação da malformação com o zika vírus. Casos confirmados não foram divulgados; uma morte é investigada.